Eu sumi do planeta porque estou em uma fase de correria: trabalho e novos planos. Recentemente uma onda de insatisfação generalizada culminou em um dos maiores protestos da história. Foram levados a rua PEC 37 e muita coisa que estava entalada na garganta da população.
Hoje depois da 2 semanas está uma calmaria...Acho que a "revolução" deu uma apagada! Fico indagando os motivos e logo penso que a "moçada" está um pouco diferente da geração cara pintada...mas este não é o motivo da postagem! É para "puxar" assunto mesmo (Rs!).
Nas minhas viagens, pesquisei um pouco sobre a região do "cobre" nas proximidade de Calama (Chile) no outro lado do mundo e vi que o capitalismo destrói até areia! Nunca pensei que o capitalismo desenfreiado pudesse acabar com cidades do deserto, mas muitas foram banidas do mapa. Acontece que muitas vidas foram destruídas e junto foram-se os povoados com sua história e cultura.
Muita gente curte pacotes "CVC" mais eu curto pegar a moto e sair para conhecer lugares não "tão comerciais". Vejo que a "moto" é um pretexto para puxar conversa e aproximar da população local - extraindo de modo sustentável um pouco de cultura local e história. Aprendemos muitas coisas na rua e no balcão de uma lanchonete sabemos mais do que livros de história, epistemologicamente contados/narrados por um interlocutor sábio, muitas vezes, desprovido do conhecimento que eu procuro...
Cidade fantasma - Vale do Cobre, região de Calama no Chile. Esta cidade que faz parte do Deserto do Atacama foi destruída. Observe o tiroteio!
Quando eu tinha 9 anos tive o privilégio de trabalhar em um museu histórico (sim! não era trabalho escravo infantil! somente deixei de ser um vagabundo mirim e não tive traumas!). Às vezes ouço um papo de psicólogo recalcado que trabalho na infância tira a oportunidade - está aí a geração que tem medo de enxada! (Desculpe o momento de revolta! Não é todos!). Era um museu que contava a história da civilização indígena da região - coisa maravilhosa para um garoto de 9 anos! Acredito que foi a partir desta época que viajar precisa ter um sentido para minha vida, uma questão de adequação de gosto pessoal, superação e adrenalina.
Nas minhas leituras obrigatórias e não obrigatórias nunca vi (nas linhas do livro) um povoado criar mecanismos para entretenimento tão estranho. Em SPA, no desertão, o povo (mistura de boliviano, andinos e forasteiros) se diverte "endeusando" cachorros - que são criados na rua e estes animais se comportam como reis e rainhas. Ai quem der um "bico" neles...pois correm atrás das motos!
Cachorrada solta e bem criada em SPA
Saindo um pouco fora da "cultura dos povos" a "cultura dos bares" é bem vinda no final da tarde. No momento em que as reflexões acerca da humanidade não são mais coerentes e aprazíveis e a vontade de mandar muita gente para mer...surge um belo bar do tipo " Quentin Tarantino" não que seja beber um drink no inferno, mas no deserto é quase! 45°C de pura ternura esquentam os miolos, principalmente quando o camarada hippie garçom manda uma (des)gostosa cerva-chopp sem gás e quente! Lógico que a comunicação universal do dedo do meio não falha nessa hora kkkk.
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Até a próxima e obrigado pela visita!
